ESPORTE
/ BRASILEIRO SÉRIE A
GAZETA ESPORTIVA
Alexandre
Pato e Alan Kardec marcaram para o Tricolor
SÃO
PAULO - Há menos de quatro meses, Alan Kardec enervou os palmeirenses ao trocar
o time pelo São Paulo. Neste domingo, ampliou a crise no ex-time. Aos 43
minutos do segundo tempo, o hoje camisa 14 tricolor marcou o gol da vitória por
2 a 1 no Choque-Rei que acaba com toda a paciência alviverde às vésperas da
celebração de seu centenário.
FERNANDO DANTAS / GAZETA PRESS |
Foi a resposta de um centroavante que, ao longo do clássico,
pareceu sentir os xingamentos dirigidos a ele. Kardec e o São Paulo não jogaram
bem, mas tiveram sorte logo aos 14 minutos de jogo, quando mais uma lesão de
Valdivia tirou o chileno, então melhor em campo.
No segundo tempo, os visitantes melhoraram e, aproveitando erro
do goleiro Fábio na saída de bola, abriram o placar com Alexandre Pato, aos
oito minutos. Aos 14, Edson Silva colocou a mão na bola na área e Henrique
converteu pênalti, mas, aos 42, perdeu chance com o gol praticamente vazio. No
minuto seguinte, Kardec cabeceou bola que bateu na trave e nas costas de Fábio
para definir o placar.
Reabilitado após passar vexame na derrota para o Bragantino no
Morumbi que eliminou o time da Copa do Brasil, o São Paulo atinge 26 pontos, se
aproxima ainda mais da faixa que dá vaga na Libertadores do ano que vem e
visita o Internacional na quarta-feira. Já o Verdão completa nove jogos sem
vencer no Brasileiro, fica à beira da zona de rebaixamento e também joga na
quarta-feira, diante do Sport, no Recife.
O
jogo
O São Paulo não entrou em campo com inovações táticas. Paulo
Miranda e Alvaro Pereira poderiam subir pelas laterais com responsabilidade
para dar opções aos volantes Souza e Denilson e Kaká e Ganso deveriam se mexer
para inverter posições com Pato e Kardec. Tudo simples, diferentemente do que o
rival apresentou.
Além de recolocar Wendel após suspensão, Ricardo Gareca armou
4-2-3-1 com Mouche pela esquerda no lugar de Leandro e Marcelo Oliveira
marcando mais do que o antigo titular Wesley. A chave, contudo, estava em
Valdivia. Ciente da qualidade do chileno, o técnico lhe tirou qualquer
responsabilidade de marcação, deixando-o livre para encostar em Henrique e
fazer o que quisesse em campo.
Foram 14 minutos nos quais o camisa 10, de volta após passar
quase um mês viajando por Emirados Árabes Unidos e Disney, mostrou o que pode
fazer com a bola. Driblava quem estivesse pela frente, explorando,
principalmente, Paulo Miranda. Aos três minutos, deixou Henrique livre na
pequena área e o centroavante chutou fraco demais.
Valdivia estava tão bem que se empolgou e quis também marcar.
Resolveu dividir com Kaká e, logo depois do choque, colocou a mão na coxa
direita. Seguiu andando com as mãos no rosto e desabou no gramado. O clássico
parou para saber o que ocorreu com o melhor em campo. Como é costume, Valdivia
estava fora por problemas físicos.
Felipe Menezes entrou, mas não importava quem substituísse o
chileno. O Verdão sentiu o baque, e o São Paulo não soube aproveitar. Alexandre
Pato era presa fácil para Lúcio, Alan Kardec nem aparecia diante dos
xingamentos que ouvia dos palmeirenses nas arquibancadas, Ganso fazia o mesmo e
Kaká era facilmente anulado por Marcelo Oliveira.
O Palmeiras teve tempo para se recuperar psicologicamente e
encaixar a marcação, preocupação que Gareca também teve na organização do time.
O clássico ficou concentrado no meio-campo sem grandes momentos animadores além
de raras jogadas individuais que, curiosamente, partiam mais de Allione do que
de qualquer um dos astros do Tricolor.
Nenhum time trocou jogadores no intervalo, mas Muricy Ramalho
deve ter lembrado aos seus comandados da necessidade de ser protagonista,
usando a qualidade de seu setor ofensivo. Kardec e Ganso acordaram, Pato tratou
de buscar espaços e, principalmente, Kaká trocou de lado, arriscando suas
arrancadas pela esquerda.
Em meio à maior presença rival no seu campo, Fábio cedeu. O
goleiro errou feio na saída de bola e a entregou para Ganso, mais inteligente
que o jogador do Palmeiras ao tocar para Pato, na cara do arqueiro, balançar as
redes, aos oito minutos do segundo tempo. Quatro minutos depois, como
consequência psicológica do gol, Kardec bateu rente à trave.
Se já estava organizado, o Verdão intensificou seu ritmo para se
aproximar da área de Rogério Ceni sem Valdivia. Tinha como principal trunfo a
zaga adversária, como Edson Silva confirmou ao colocar a bola na mão, aos 13
minutos. Pênalti que Henrique converteu com qualidade para empatar o clássico e
recolocar as rédeas do jogo em mãos alviverdes.
O São Paulo sentiu o empate e já não tinha tanto ímpeto para
escapar da marcação adversária. Para renovar o fôlego na frente, Gareca trocou
Mouche para promover a estreia de Cristaldo, que já se sentiu à vontade para
pedir que o time e a torcida se animassem em sua primeira jogada diante de
Paulo Miranda, deixando outro dos pontos fracos da defesa tricolor para trás.
O Palmeiras ficou o resto do clássico no campo do São Paulo.
Para dar mais dinâmica ao ataque, Gareca cansou de Felipe Menezes e o trocou
por Leandro, que, no primeiro lance, aos 42 minutos do segundo tempo, recebeu
de Cristaldo na frente de Rogério Ceni, chutou em cima do goleiro e, no rebote,
deixou Henrique com o gol vazio à frente, e o centroavante escorregou
bisonhamente.
No minuto seguinte, o Verdão lembrou que chegou a ter em seu
elenco quem não errasse como Henrique, mas estava do outro lado. Tão desmarcado
quanto Leandro, Alan Kardec subiu com precisão na segunda trave e ainda contou
com a sorte, ao ver a bola que cabeceou bater no poste e nas costas de Fábio
antes de definir a vitória são-paulina no Pacaembu.
IMIRANTE ESPORTE.COM