ESPORTE / SUPERCOPA DA ESPANHA
Após vencer a partida de ida pelo placar de 4 x 0, desta vez o Athletic precisou apenas de um empate em 1 x 1 pra sagrar-se campeão da Supercopa (complemento de texto Vitória Sport)
Thiago
Arantes, de Barcelona, para o ESPN.com.br
Foram 31 anos de espera. Mais de três décadas, quatro
finais perdidas, dezenas de técnicos, centenas de jogadores que entraram e
saíram de um dos maiores times da Espanha sem conquistar uma taça.
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Aduriz comemora o gol de empate em 1 x 1 com o Barcelona / Foto: Divulgação - Internet |
A espera do Athletic Bilbao
acabou nesta segunda-feira: o empate por 1 a 1 deu aos bascos o título da
Supercopa da Espanha.
O calvário de uma geração inteira de
torcedores bascos chegou ao fim justamente na casa do maior algoz dos últimos
tempos - foi o Barcelona que acabou com o sonho da Copa do Rei em 2009, 2012 e
em maio deste ano.
Desta vez, o duelo com o Barcelona
foi motivo de festa - na ida, o Athletic já havia vencido por 4 a 0 em San
Mamés.
O Barcelona precisava de um milagre.
Uma façanha bem traçada na matemática: devolver o 4 a 0 para levar o jogo para
a prorrogação - ou golear por cinco gols de diferença.
O time catalão entrou em campo correndo contra o
tempo. E o Athletic Bilbao, melhor amigo do relógio, só queria que os segundos
e minutos corressem o mais rápido possível. Cada bola parada era a chance de
ganhar um segundo a mais - e de aumentar a pressa e a urgência do rival pela
goleada.
O Barcelona, entre ligado e
ansioso, atacava descoordenado. Foram quatro impedimentos nos 15 primeiros
minutos. Chances, mesmo, foram poucas; até os 40 minutos, Iniesta havia
arriscado duas vezes, ambas fora do alvo.
O Athletic, bem postado na defesa
e em busca de um contra-ataque, quase conseguiu o gol que praticamente mataria
o confronto, aos 37. Eraso avançou pela direita e chutou para fora, frente a frente
com Claudio Bravo, que voltava ao gol do time catalão.
REUTERS
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Messi lamenta durante o jogo: fim do sextete |
Aos 43, a pressão do Barcelona finalmente
transformou-se em uma grande jogada. O cruzamento de Rakitic encontrou o peito
de Suárez, que ajeitou de primeira para Messi. O argentinou dominou e concluiu,
abrindo o placar: 1 a 0, mas ainda faltavam três.
No desespero para ganhar tempo, o
goleiro Gorka Iraizoz abraçou-se à bola no fundo da rede. Era o Athletic
abraçando-se à esperança de não levar mais gols no primeiro tempo. O gesto, que
deveria ter sido punido com cartão para o arqueiro, não foi - Pedro acabou
advertido por tentar tirar a bola do rival.
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Piqué foi expulso por reclamar de um impedimento |
O Barcelona tinha 45 minutos para marcar três gols e
não levar nenhum. Mas, aos 10 minutos, uma controversa decisão do árbitro
Carlos Velasco Carballo complicou a tarefa que já se mostrava impossível:
depois de reclamar acintosamente de um impedimento, Gerard Piqué levou cartão
vermelho direto.
Jogando com dez, o Barcelona
ainda teve chances com Rakitic e Suárez, mas ambos erraram o alvo. O time de
Luis Enrique começava a acusar o cansaço, e o técnico colocou Munir e Sandro em
campo, nas vagas de Pedro e Rakitic.
Não adiantou. Quem marcou, aos 30
minutos, foi o Athletic. Depois de uma falha da defesa, Aduriz ficou cara a
cara com Bravo. O goleiro chileno fez uma defesa incrível no primeiro lance,
mas o rebote voltou para Aduriz. Com a defesa do Barcelona de expectadora, o
veterano atacante empatou, marcando seu quarto gol na Supercopa - fez três na
ida, em San Mamés.