ESPORTE / LIBERTADORES DA AMÉRICA
Em
classificação dramática, o Atlético-MG conquistou uma vitória histórica sobre o
Newell's Old Boys, nesta quarta-feira, no Independência, e chegou pela primeira
vez à final da Copa Libertadores. Depois de vitória no tempo normal por 2 a 0,
o time mineiro derrotou os argentinos nas cobranças de pênaltis, por 3 a 2 , e
agora enfrenta o Olimpia, do Paraguai, na decisão da competição.
Obrigado a vencer por diferença superior a dois gols, uma vez que
foi derrotado por 2 a 0 no jogo de ida, em Rosário, o Atlético fez o dever de
casa diante de sua fanática torcida, com gols de Bernard e Guilherme. Porém,
devolveu o placar e levou a decisão para os pênaltis. Para o Atlético, marcaram
Alecsandro, Guilherme e Ronaldinho Gaúcho e perderam Jô e Richarlyson. Para
o Newell's, converteram Scocco, Vergini, e desperdiçaram Casco, Cruzado e Maxi
Rodriguez. O goleiro Victor defendeu a última cobrança de Maxi Rodrigues e saiu
como herói.
A
partida foi sofrida para os 20 mil torcedores que foram ao Independência e
viram o Atlético lutar desde o início, mas enfrentar dificuldade para superar a
marcação dos argentinos. Para aumentar a agonia, o jogo sofreu duas
paralisações: uma no primeiro tempo por causa da contusão do goleiro Guzmán, e
outra devido à uma queda na iluminação do estádio.
A classificação histórica representa a melhor participação do
Atlético na Libertadores – é a quinta vez que disputa o torneio. O mais perto
que havia chegada da final foi em 1978, quando avançou ao triangular semifinal,
porém terminou em quinto lugar. Em 2000, foi eliminado nas quartas pelo
Corinthians. Em 1972 e 1981, caiu na fase de grupos.
Em 2013, o Atlético fez campanha marcante desde o início. Depois
ser o melhor da fase de grupos, despachou São Paulo e Tijuana, nas quartas e
oitavas, respectivamente, e não se abalou com a derrota para o Newell’s, em
Rosário. Diante de sua fanática torcida, usou bem o “caldeirão do Horto” para
chegar à inédita final de Libertadores.
A semana que antecedeu o jogo foi trabalhada pelo Atlético para
motivar os atletas, que iniciaram regime de concentração já na noite de
domingo. O técnico Cuca adotou o slogan ‘Yes We CAM, inspirado na campanha da
reeleição de Barack Obama à Presidência dos Estados Unidos. Torcedores
manifestaram apoio de todas as maneiras, com cartazes, faixas e até bilhetes
enviados ao treinador. O atacante Diego Tardelli fez até promessa.
Assim que a bola rolou no Independência, o Atlético partiu para
cima do adversário e abriu o placar aos 3min, depois de uma boa trabalha do
ataque. Tardelli tocou para Ronaldinho, que lançou em velocidade para Bernard.
O jovem meia bateu cruzado e acertou o canto esquerdo do goleiro Guzmán.
O Newell’s tentava manter a posse de bola para impedir a chegada
do Atlético. A torcida atleticana promoveu um “apitaço” e fazia muito barulho
quando os argentinos estavam com a bola. O time mineiro tentava colocar
velocidade e criava oportunidades.
O
experiente zagueiro Heinzer não suportou um choque de cabeça com Gilberto Silva
e deixou o campo aos 26min para a entrada de Lopez. Antes ele já havia se
machucado em lance com Pierre. O time argentino levou perigo com Maxi
Rodriguez, que fez boa jogada pela esquerda e bateu para defesa de Victor.
O Atlético quase ampliou aos 35min. Tardelli tabelou com Bernard e
tocou na saída do goleiro Guzmán, que se machucou no lance. Com um corte no
supercílio direito, o jogador recebeu atendimento em campo e a partida ficou
paralisada por oito minutos.
Na volta da partida, o Atlético ainda criou uma chance para
ampliar. Josué tabelou com Tardelli dentro da área e ficou livre para
finalizar, mas o goleiro argentino fez a defesa. No final do primeiro tempo, os
atleticanos pediram um pênalti em cima de Jô.
No segundo tempo, o Atlético encontrou dificuldade para chegar ao
gol argentino e passou a ser ameaçado pelo Newell’s, que adiantou a marcação e
complicou a saída de bola do time mineiro. A torcida atleticana começou a ficar
apreensiva.
Cuca sacou o volante Pierre, que já tinha cartão amarelo, e
promoveu a entrada do atacante Luan, aos 31min. Em seguida, a partida foi
paralisada por causa por uma queda parcial da iluminação do estádio. Foram 11
minutos de paralisação.
O Atlético sofreu duas mudanças: entraram Alecsandro e Guilherme e
saíram Tardelli e Bernard. O time mineiro voltou a atacar e chegou ao segundo
gol. Guilherme pegou uma sobre de fora da área e acertou o canto esquerdo do
gol. Mas a partida terminou 2 a 2 e a decisão foi para os pênaltis. O Atlético
derrotou os argentinos e chegou à inédita final de Libertadores.