Brasil decepciona no último teste antes da Copa das Confederações

Time chegou a ser vaiado no empate com a seleção chilena em 2 a 2 no Mineirão. Convocação para a Copa das Confederações acontece no dia 14 de maio

No último teste antes da convocação para a Copa das Confederações, o Brasil decepcionou e ficou apenas no empate em 2 a 2 com o Chile, nesta quarta-feira, no Mineirão. Com um futebol pouco convincente, a torcida chegou a vaiar o time brasileiro e gritar "olé" durante trocas de passes do adversário no fim do jogo. Réver, acostumado a marcar em Belo Horizonte, e Neymar fizeram os gols do Brasil, González e Vargas marcaram para os chilenos. A partida foi a última oportunidade para os jogadores mostrarem serviço para estarem na lista de convocados que será divulgada no dia 14 do mês que vem.
O JOGO
O Chile começou melhor no jogo e logo no primeiro lance, Vargas cortou para dentro e bateu com força, mas Cavalieri agarrou firme, ao contrário do que houve no Engenhão no encontro entre Grêmio e Fluminense, pela Libertadores. Pouco depois, aos sete, cruzamento na área e o goleiro do Flu espalmou mal. A bola bateu sem querer na cabeça de Cortés e sobrou para Gonzáles, zagueiro do Flamengo, que só teve o trabalho de mandar para o fundo das redes.

Mesmo com o gol, a seleção chilena seguiu pressionando a saída de bola do Brasil, forçando os zagueiros Dedé e Réver a rifar a bola. A atuação ruim ficou mais evidente ainda com uma falha geral da zaga em conjunto com os volantes. Dedé vacilou e Mena ficou na cara do gol, mas chutou para a ótima defesa de Cavalieri. Na sobra, Rúbio chutou cruzado da ponta da área e a bola passou muito perto do gol.

González comemora com Vargas o primeiro gol do Chile

O Brasil tentava se acertar em campo e em um arremat de Jadson, a bola foi parar na trave. A beleza do lance não maquiou a má atuação brasileira. O Seleção Canarinho não conseguia trocar mais de cinco passes e parecia muito perdida em campo. Em mais uma jogada pela direita do Chile, Vargas foi ao fundo e cruzou, mesmo pressionado por Dedé. Rúbio deu uma bela bicicleta, mas a bola foi para fora. Parecia que o Brasil estava jogando fora de casa, pois não conseguia avançar e seguia sendo pressionado pelo chilenos, que explovam a jogadas pelas pontas com Vargas.

Em um bom lance brasileiro, Neymar cobrou escanteio pela esquerda e Réver subiu mais alto para cabecear e empatar o jogo. O zagueiro do Atlético mostrou que não é só na Arena Independência que sabe fazer gols e que não marca apenas através de passes de Ronaldinho. Mas o gol não fez o Brasil ficar mais atento. Réver errou passe bobo e Meneses se aproveitou. O meia colocou na frente, invadiu a área e foi derrubado pelo próprio zagueiro atleticano. O árbitro mandou o jogo seguir, ignorando o pênalti.

Neymar, sumido em campo, recebeu ótima bola de Jean, ficou numa boa para marcar, mas preferiu enfiar o pé esquerdo na bola. Ela raspou o travessão e foi para fora, frustrando a torcida e adiando o gol da virada.

SEGUNDO TEMPO

No intervalo, Felipão promoveu as entradas de Alexandre Pato e Henrique - nos lugares de Damião e Dedé. E no primeiro lance, Pato tentou incendiar o jogo ao chapelar Rojas. O camisa 7 do Corinthians ficou no chão e pediu pênalti, não marcado. Mas sua entrada surtiu efeito logo aos nove. Ele recebeu bola precisa de Jadson e tinha condições ideais para chutar. No entanto, não foi fominha e rolou para Neymar, livre marcar.

O ritmo das equipes parecia o mesmo da primeira etapa, até porque o Chile queria buscar o empate. E com outro jogador que atua no Brasil conseguiu igualar o marcador. Vargas, atacante do Grêmio, recebeu no círculo central, carregou um pouco e soltou uma patada com curva e veneno no cantinho de Cavalieri, que nada pôde fazer.

O Brasil não conseguia assustar de maneira alguma. Neymar, muito preso à linha lateral pelo lado esquerdo, tentava ser individualista, parecendo querer provar algo, mesmo tendo vaga (praticamente) garantida na convocação para a Copa das Confederações. Fernando, Osvaldo e Marcos Rocha entraram, buscando seus espaços no time de Felipão. Porém, muita vontade e pouca efetividade.

Aos 40, algo incrível: a torcida brasileira gritava "olé" com os passes da seleção chilena. E após quase um minuto de troca de bola, Figueroa finalizou para a defesa de Cavalieri, tirando o 'uh' dos torcedores. Quando o Brasil retomou a posse, uma sonora vaia tomou o Mineirão e Neymar começou a ser chamado de pipoqueiro. Ainda deu tempo para Leal dar uma entrada violenta em Fernando e ser expulso. No último lance da partida, o Brasil teve um pênalti não marcado sobre Osvaldo que avançou na área e foi derrubado pelo zagueiro.

Com um acumulo de erros e falta de magia por parte dos jogadores brasileiros, Felipão terá trabalho para achar a convocação ideal, mas ainda mais dificuldade para montar o time que vai jogar a Copa das Confederações.

FICHA TÉCNICA
BRASIL 2 X 2 CHILE

Local: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Data/Hora: 24/4/2013, quarta-feira, às 22h
Árbitro: Carlos Amarilla (PAR)
Renda/Público: R$3.255,205,00/53.331 pagantes
Cartões Amarelos: Ronaldinho Gaúcho (BRA); Álvarez e Muñoz (CHI)
Cartões Vermelhos: Leal, aos 42'/2ºT

GOLS: Gonzáles, aos 7'/1ºT (0-1); Réver, aos 24'/1ºT (1-1); Neymar, aos 9'/2ºT (2-1); Vargas, aos 22'/2ºT (2-2)

BRASIL: Diego Cavalieri; Jean (Marcos Rocha - 26'/2ºT), Dedé (Henrique - Intervalo), Réver e André Santos; Ralf (Fernando - 22'/2ºT), Paulinho, Jadson (Osvaldo - 22'/2ºT) e Ronaldinho Gaúcho; Neymar e Leandro Damião (Alexandre Pato - Intervalo). Técnico: Luiz Felipe Scolari.

CHILE: Johnny Herrera; José Rojas, González, Cristian Álvarez e Mena; Lorenzo Reyes, Fernando Meneses (Muñoz - 23'/2ºT), Braulio Leal e Cortés (Fuenzalida - 15'/2ºT); Vargas (Robles - 43'/2ºT) e Rúbio (Figueroa - 32'/2ºT). Técnico: Jorge Sampaoli